Fallen
Luren Kate (Galera Record, 406 pág.)
Caninos alongados vêm dominando o mercado editorial nos últimos anos. Mas segundo especialistas — entre eles o conceituado jornal britânico The Observer —, asas e plumas prometem acabar com esse reinado. Anjos caídos são a nova onda e começam a tomar o lugar dos sugadores de sangue nas prateleiras e nas listas. Assim como seus pálidos primos, esses seres celestiais são visitantes sobrenaturais, donos de uma carga de adrenalina e sexualidade latente que promete arrebatar os leitores mais jovens.
FALLEN comprova a força da nova tendência. Com uma trama que gira em torno do amor entre um anjo e uma adolescente, o livro de Lauren Kate foi lançado no início de dezembro de 2009 e chegou à lista do NY Times já no fim do mesmo mês. Desde então, mantém presença constante na prestigiada tabela. E, a reboque, teve os direitos para o cinema comprados. A expectativa para o longa é tanta, que vários fãs da história postaram suas próprias versões do trailer — e do elenco ideal — no Youtube.
Lauren aposta no amor impossível entre os protagonistas para tecer o início de uma saga com todos os ingredientes de um cult do gênero. Em FALLEN, acompanhamos a adolescente Luce, mandada para um reformatório — apropriadamente batizado de Sword & Cross — após a morte do namorado em um incêndio misterioso. Ela suspeita que estranhas sombras negras, que a atormentam desde a infância, são as verdadeiras responsáveis. Mas quem acreditaria nela?
Na escola, ela encontra o etereamente belo Daniel Grigori, que desperta uma estranha sensação de reconhecimento: único ponto luminoso num lugar onde celulares são proibidos e há câmeras de vigilância por todos os cantos. Mas tanta luz hipnotiza a menina, atraída pelo rapaz como uma mariposa pela chama. Ele tenta se manter afastado de Luce, mas também não consegue. E a verdade promete separá-los como tantas outras vezes — com a morte de Luce. Amantes destinados a se encontrar e se perder vida após vida, século após século.
Excitante, sombrio e romântico FALLEN é, ao mesmo tempo, um thriller vigoroso e uma inesquecível história de amor.
O Incrível Homem que Encolheu
Richard Matheson (Novo Século, 344 pág.)
Sua esposa e família são agora gigantes inalcançáveis, o gato da casa, uma terrível ameaça; Scott precisa lutar pela sobrevivência em um mundo que se torna cada vez maior e mais perigoso – até se defrontar com o paroxismo do medo no limiar da não existência. Inclui o romance completo e nove dos contos mais memoráveis de Richard Matheson, consagrado autor de Eu sou a lenda e Amor além da vida. “Uma história de horror diferente de todas as outras… uma grande aventura – encontra-se, com certeza, entre as obras seletas com que costumo presentear os amigos, invejando neles a oportunidade de experimentar sua leitura pela primeira vez.” Stephen King
A Passagem
Justin Cronin (Sextante, 816 pág.)
Primeiro, o imprevisível: a quebra de segurança em uma instalação secreta do governo norte-americano põe à solta um grupo de condenados à morte usados em um experimento militar. Infectados com um vírus modificado em laboratório que lhes dá incrível força, extraordinária capacidade de regeneração e hipersensibilidade à luz, tiveram os últimos traços de humanidade substituídos por um comportamento animalesco e uma insaciável sede de sangue.
Depois, o inimaginável: ao escurecer, o caos e a carnificina se instalam, e o nascer do dia seguinte revela um país – talvez um planeta – que nunca mais será o mesmo. A cada noite, a população humana se reduz e cresce o número de pessoas contaminadas pelo vírus assustador. Tudo o que resta aos poucos sobreviventes é uma longa luta em uma paisagem marcada pelo medo da escuridão, da morte e de algo ainda pior.
Enquanto a humanidade se torna presa do predador criado por ela mesma, o agente Brad Wolgast, do FBI, tenta proteger Amy, uma órfã de 6 anos e a única criança usada no malfadado experimento que deu início ao apocalipse. Mas, para Amy, esse é apenas o começo de uma longa jornada – através de décadas e milhares de quilômetros – até o lugar e o tempo em que deverá pôr fim ao que jamais deveria ter começado. A Passagem é um suspense implacável, uma alegoria da luta humana diante de uma catástrofe sem precedentes. Da destruição da sociedade que conhecemos aos esforços de reconstruí-la na nova ordem que se instaura, do confronto entre o bem e o mal ao questionamento interno de cada personagem, pessoas comuns são levadas a feitos extraordinários, enfrentando seus maiores medos em um mundo que recende a morte.
Eclipse ao Pôr do Sol e Outros Contos Fantásticos
Antonio Luiz M. C Costa (Draco, 128 pág.)
Atenção, senhores passageiros: para sua segurança, preste atenção a estas recomendações. Nestes seis contos, viajarão da Antiguidade Clássica ao Século XXI, com escalas no Portugal da Renascença, no Brasil do Segundo Reinado e nas míticas Asgard e Atlântida. E não será dessas excursões nas quais se olha as paisagens pela janela do ônibus com ar condicionado, deixando as lorotas do guia entrarem por um ouvido e saírem pelo outro enquanto deglutem seus refrigerantes e batatas fritas. Este é um turismo de aventura.
Se quiserem entender os nativos, terão de ficar atentos, pois eles falam com seus sotaques nativos, não na língua dos âncoras da tevê. Precisarão desembarcar em solos estranhos e achar o caminho com os próprios pés. Em compensação, serão recebidos por deuses e ninfas e conhecerão grandes vates e bardos. Caso se atrevam, terão a oportunidade de partilhar o leito com tórridas ou tórridos amantes. Mas com uma coisa não precisam se preocupar: não se perderão em quimeras nebulosas, em devaneios insinceros. Esta caixa contém meia dúzia de pílulas meio vermelhas, meio azuis, para se ver realidades com os olhos da fantasia.
Texto Original:
Cooltural Blog de Ademar Júnior
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