quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Bloco: Garotas também gostam de Rock 22

by Garotas também gostam de Rock da prima da Lucard

Raul Seixas é um ícon da música brasileiro. Exemplo de roqueiro brasileiro que consegue inspirar com suas músicas gerações de músicos a décadas. E não sendo esquecido pelos fãs, que só aumentam com a passagem dos anos.

Nascido em Salvador, na Bahia, em 28 de junho de 1945, o cantor, compositor, produtor e músico Raul Seixas, veio a falecer prematuramente em 1989.

O gosto musical de Raul foi se moldando primeiro, com o rádio, ao acompanha o sucesso de Luiz Gonzaga e nas viagens que acompanha seu pai, engenheiro, quando ele tinha contato com música de "raiz" nordestina. Porém Raulzito, como era chamado pelos familiares e amigos, conheceu um estilo que influenciaria muito sua vida, o Rock'n Roll. O jovem Raul teve contato com o rock através do consulado norte-americano, que ficava próximo de sua casa. A partir daí, foram muitas horas diárias na loja "Cantinho da Música", ouvindo discos de rock e várias sessões nos cinemas, onde passou a apreciar as performances de Elvis Presley de quem se tornou fã. Sua paixão pelo rock e por Elvis, fez Raul fundar o "Elvis Presley Fã-Clube de Salvador".

Juntamente com alguns amigos de Salvador, monta um conjunto, "Os Relâmpagos do Rock", a primeira banda de Salvador a utilizar instrumentos elétricos. Depois de mudar de nome, o grupo optou pelo nome "Raulzito e os Panteras". Fazem shows pelo estado em bailes e festinhas e até mesmo para um público de duas mil pessoas no Festival da Juventude, a banda não ultrapassa o eixo baiano, o que aborrece Raul.

Em 1967, Jerry Adriani vai a Salvador realizar um show no Iate Club da Bahia, mas alguns de seus músicos foram barrados por serem negros. A título de urgência Os Panteras foram indicados para suprir a falta. Raul Seixas impressiona Jerry que o convida para acompanhá-lo numa turnê pelo Rio de Janeiro pedido este que Raul Seixas aceita de imediato. E lá ele grava um disco pela gravadora Odeon. Infelizmente, o disco não emplacou.

Em 1970 Raul foi convidado por Evandro Ribeiro para ser produtor da CBS (atual Sony BMG), participando da produção de diversos artistas da Jovem Guarda, como o amigo Jerry Adriani.

Em 1971, Raul acaba se rebelando. Aproveitando a ausência do presidente da empresa, grava seu segundo LP, o Sociedade da Grã-Ordem Kavernista Apresenta Sessão das 10. No entanto, o disco é retirado do mercado, com o argumento de não se enquadrar à linha de atuação da gravadora. Raul, insatisfeito, pede demissão.

Em 1972, participou do VII Festival Internacional da Canção e conseguiu a classificação de duas músicas, "Let Me Sing, Let Me Sing" (um misto de baião e rockabilly) e "Eu Sou Eu Nicuri é o Diabo". Devido à façanha, assinou com a gravadora Philips (atual Universal Music) para gravar o álbum Os 24 Maiores Sucessos da Era do Rock, que não tinha o seu nome na capa.

No início dos anos 1970, Raul se interessou por um artigo sobre extraterrestres publicado na revista A Pomba e teve o seu primeiro contato com o escritor Paulo Coelho, que mais tarde, se tornaria seu parceiro musical.

No ano de 1973, Raul conseguiu um grande sucesso com a música "Ouro de Tolo" no álbum Krig-Ha, Bandolo, uma música com letra quase autobiográfica, mas que debocha da Ditadura e do "Milagre Econômico". O LP também continha outras músicas que se tornaram grandes sucessos, como "Metamorfose Ambulante", "Mosca na Sopa" e "Al Capone".

No ano de 1974, Raul Seixas e Paulo Coelho criam a Sociedade Alternativa, uma sociedade baseada nos preceitos do bruxo inglês Aleister Crowley, onde a principal lei é "Faze o que tu queres, há de ser tudo da Lei". Em todos os seus shows, Raul divulgava a Sociedade Alternativa com a música de mesmo nome. A Ditadura, através do DOPS (Departamento de Ordem Política e Social), prendeu Raul e Paulo, pensando que a Sociedade Alternativa fosse um movimento armado contra o governo. Depois de torturados, Raul e Paulo foram exilados para os Estados Unidos onde Raul Seixas teria supostamente se encontrado com John Lennon. No entanto, o seu LP Gita gravado poucos meses antes, faz tanto sucesso com a música "Gita", que a Ditadura achou melhor trazer os dois de volta ao Brasil para não levantar suspeitas sobre seus desaparecimentos. O álbum Gita rendeu a Raul um disco de ouro, após vender 600.000 cópias.

Em 1975, grava o LP Novo Aeon, onde Raul compôs uma de suas músicas mais conhecidas, "Tente Outra Vez". O LP, porém, vendeu menos de 60 mil cópias. Naquele final de década as coisas começaram a ficar ruins para Raul. A parceria com Paulo Coelho é desfeita. O cantor lança três discos pela WEA (hoje Warner Music Brasil), que fizeram sucesso entre o público e desgosto da crítica. Por volta deste período, intensifica-se a parceria com o amigo Cláudio Roberto Andrade de Azevedo (geralmente creditado como Cláudio Roberto), com quem Raul compôs várias de suas canções mais conhecidas.

Raul começa a ter problemas de saúde devido ao consumo excessivo de álcool, que lhe causa perda de 1/3 do pâncreas e o levariam a morte prematura em agosto de 1989.

Depois de sua morte, Raul permaneceu entre as paradas de sucesso. Foram produzidos vários álbuns póstumos, inúmeras coletâneas, como Os Grandes Sucessos de Raul Seixas de 1993, a grande maioria sem novidades, mas algumas com músicas inéditas como As Profecias que continha uma versão ao vivo de "Rock das Aranhas" de 1991 e Anarkilópolis com "Cowboy Fora da Lei Nº2" de 2003. Sua penúltima mulher produz um livro do cantor, O Baú do Raul, baseado em escritos dos diários de Raul Seixas desde os seis anos de idade até a sua morte.

Mesmo depois de sua morte, Raul Seixas continua fazendo sucesso entre novas gerações e conquistando fãs. Vinte anos depois de sua morte, o produtor musical Mazzola, amigo pessoal de Raul, divulgou a canção inédita "Gospel", censurada na década de 1970 pela Ditadura. A canção foi incluída na trilha sonora da telenovela Viver a Vida da Rede Globo.

Conheça as músicas acessando:
http://letras.terra.com.br/raul-seixas/

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