quinta-feira, 29 de julho de 2010

Bloco: Literatura Digital 21

Diários do Vampiro
A Fúria
L. J. Smith

Costumo dizer que o ato de escrever, para alguns autores, funciona como um fenômeno de melhora progressiva. Com L. J. Smith, autora de Diários do Vampiro, é possível notar essa melhora ao lermos os primeiros volumes dessa série. Como eu já disse em resenhas anteriores os volumes seguem uma linha continua para os acontecimentos, tanto é que nem seria necessário dividi-la em volumes. Em O Despertar somos apresentados aos personagens principais (Elena, Damon e Stefan) e aos fatos presentes na vida deles. Já em O Confronto temos o início do conflito da ação que irá resultar no clímax maravilhoso desse A Fúria (The Fury, 1991).

Para quem não leu os primeiros livros da série, recomendo que não leiam esse texto, pois é impossível falar desse livro sem soltar um mínimo spoiller da série como um todo. Se você não se importa com spoillers siga adiante na leitura.

A narrativa mais uma vez começa de onde parou o anterior, e conta as dificuldades que Elena passa para se adaptar como uma vampira. Dificuldades essas que nem são muitas pelo fato de ela já conviver com o dilema dos irmãos Salvatore. Elena além de ser a mais nova caçadora da turma, toma atitudes que não convém e se coloca assim diante de situações onde a indecisão só parece aumentar e complicar cada vez mais sua vida, ou melhor, morte. Ela tenta, assim como Katherine fez há séculos atrás, conciliar os irmãos e fazer com que trabalhem juntos amistosamente. É quando surge na cidade de Fell’s Church um novo poder misterioso, que esse desejo de Elena começa a se realizar, talvez não da forma como ela tenha planejado, mas se eu contasse mais detalhes seria spoiller demais.

Nesse volume L. J. Smith acerta ao colocar em meio ao já tão bom tom de fantasia, o mistério. Quando tudo parece caminhar por um caminho acaba enveredando por outro, coisas estranhas começam a acontecer e Elena e seus amigos percebem que nem tudo é o que parece. Surge então um mistério onde a lista de suspeitos só tende a aumentar. Aqui Smith usa também para nos revelar detalhes, incrementar a série e abrir possibilidades não cogitadas antes. Novos personagens, que na verdade não são tão novos assim surgem, outros se revelam importantes, outros somem, enfim tudo parece mudar, e claro devo dizer que esse é de longe o melhor volume até agora.

Os destaques em se tratando de personagens vão para Bonnie (minha favorita) a paranormal que está sempre confusa, mas também sempre ajudando os amigos. Alaric o susposto professor de História, se revela um dos suspeitos e talvez um caçador de vampiros. Todos começam a se envolver, e o que difere essa série de outras protagonizadas por vampiros é que aqui as coisas parecem sair do controle, ultrapassando os limites do anonimato. Humanos, vampiros e feiticeiros se unem, se bem que isso já foi feito algumas vezes antes, mas aqui a importância dada à união agrada bastante durante a leitura.

O final de A Fúria (Galera Record, 240 pág.) surpreende até quem o achar previsível. Digo isso porque durante a leitura não foi difícil descobrir quem na verdade estava por trás de todo o mal, mas mesmo assim tive o prazer de ser surpreendido pelas ações finais escritas pela autora. E essa foi uma jogada de mestre, pois só deixa os leitores assaz ansiosos pelo próximo volume, Reunião Sombria, que vem a ser o desfecho da primeira parte da série, e a porta para a segunda série intitulada Diários do Vampiro – O Retorno. A tão esperada reunião sombria já começa em A Fúria, porém o lançamento de fato do quarto volume aqui no Brasil está previsto para o próximo dia 06 de Julho. Só nos resta aguardar!

Para os que ainda não leram recomendo. E digo que ainda dá tempo de ler os três volumes iniciais antes do lançamento do quarto, pois os livros são fácil leitura.


Texto Original:
Cooltural Blog de Ademar Júnior

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